Diversidade Cultural

Diversidade Cultural
É preciso que saibamos respeitar as diferenças!!!!

Bem vindos ao Blog da Tolerância!

Rico em imagens e conteúdo informativo e educativo, o Blog da Tolerância tenta passar para os leitores, a importância do simples ato de respeitar e tolerar as diferenças, sejam elas, econômicas, sociais, religiosas e referente à orientação sexual. O mundo precisa de pessoas mais tolerantes e compreensivas!!!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O PROBLEMA DA ESPECIALIZAÇÃO E A PEDAGOGIA DA UNIDADE

A era dos especialistas corresponde à predominância de uma psicologia da pulverização do saber. Os estudantes que entram no sistema são, desde o início, formados em função da especialização que será a sua. Seu saber, muito localizado, será como uma ilha num oceano de ignorâncias.


Figura mostrando exatamente essa imagem
de pessoa solitária, porém sábia e
dedicada do cientista.
Parece indispensável romper o círculo vicioso dos costumes estabelecidos, e definir os elementos de uma nova pedagogia, única capaz de dar à inteligência o sentido da realidade humana como horizonte comum de todos os saberes.
O especialista do tipo tradicional é caracterizado por uma restrição mental sistemática; ele se acantona no domínio estreito que escolheu, e esforça-se por acumular o maior número possível de informações. O fim é de totalizar o conjunto dos dados, o que corresponderia à perfeição do saber concernente a uma zona precisa e delimitada.
Como o avarento reina sobre o seu ouro, o especialista julga-se rico dos conhecimentos que ele acumulou. Ciumento de se tesouro, considera com desconfiança seus confrades.
Para estar mais sozinho na possessão de seu saber com toda tranquilidade, ele se acantona de uma parcela muito pequena para poder cultivar seu jardim com toda segurança. Daí uma psicologia campesina, onde se está sempre em guerra com os vizinhos por causa dos limites do terreno ou de pequenos muros.
O cientista deixaria de ser um fidalgo feudal que reina sobre um espaço confinado. seu regime mental abandonaria a volta sobre si para abrir-se à consciência dos grandes conjuntos do pensar. Em vez de ter respostas para tudo, ele se esforçaria sempre para recolocar em questão suas questões, para questionar tudo. Ele não renunciaria nunca a situar sua especialização no horizonte global do saber, que ninguém pode pretender se apropriar completamente.
Esta renúncia à certeza que cega, desenvolverá um espírito de humildade, que se afirmará em desejo de colaboração. Este novo profissional tenderá a ser um homem do diálogo, em constante diálogo consigo mesmo e com o outro. Uma tal consciência tomada de sua própria insuficiência não impedirá, mas, pelo contrário, favorecerá a confiança em si, a audácia conquistadora do espírito, certo de que a busca da verdade não se acabará nunca.
"Os pais são nossos primeiros professores"


Por isso, parece indispensável definir-se com precisão um programa pedagógico para a formação dos profissionais de ciências humanas. Não se trata de impor aos estudantes uma documentação enciclopédica, mas de os submeter a uma pedagogia de unidade. A unidade das ciências humanas supõe a unidade de cada homem e a unidade de todos os homens. Vê-se aqui que esta vocação de unidade reveste-se simultaneamente de uma significação epistemológica e de uma significação moral. O conhecimento do homem e do mundo é a tarefa do homem; o conhecimento do homem e do mundo é a edificação do homem e do mundo.



A natureza violada pela Industrialização

Mico-leão-dourado
A industrialização significou um avanço tecnológico extraordinário. As invenções que marcaram a Segunda Revolução Industrial, como a  produção da eletricidade e o motor de combustão interna, trouxeram benefícios inquestionáveis à vida humana no planeta. Essas conquistas, no entanto, não se fizeram sem dor.

Panda gigante
Com a Revolução Industrial, consolidou-se a separação entre o ser humano e a natureza, e acelerou-se, como nunca visto antes, a exploração predatória dos recursos naturais. A natureza, então transformou-se num objeto a ser manipulado pela técnica, a serviço do aumento da produção e do lucro.
A seguir um trecho dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), que trata do assunto:
"Nos últimos, um modelo de civilização se impôs, alicerçado na industrialização, com sua forma de produção e organização do trabalho, a mecanização da agricultura, o uso intenso de agrotóxicos e a concentração populacional nas cidades. [...]
Recursos não-renováveis, com o petróleo, ameaçam escassear. De onde se retirava uma árvore, agora se retiram centenas. Onde moravam algumas famílias, consumindo escassa quantidade de água e produzindo poucos detritos, agora moram milhões de famílias, exigindo a manutenção de imensos mananciais e gerando milhares de toneladas de lixo por dia."

Rio contaminado por mineração de mercúrio
Muitos animais estão ameaçados de extinção devido à caça predatória e à destruição de seu habitat natural. É o caso dos pandas gigantes, que sofrem com a conversão de se habitat, as florestas de bambu da China e do Tibet, em áreas agrícolas. No Brasil, o mico-leão-dourado também está ameaçado de extinção devido à perda de seu ecossistema natural, a Mata Atlântica, e ao tráfico de animais.
As florestas temperadas e boreais, que recobrem vastas extensões da América do Norte e da Europa, são a formação vegetal mais devastada do planeta. As espécies vegetais que compunham essas florestas foram intensamente exploradas devido à demanda de carvão e de áreas novas para a produção agrícola.

Exploração de madeira
Atualmente, as florestas tropicais têm sofrido o imenso processo de depredação. Na Floresta Amazônica, o desmatamento resulta principalmente da exploração de madeira e da expansão agropecuária.
Em todo o planeta, a qualidade da água está comprometida em virtude da poluição causada pelo lançamento de esgotos residenciais e de resíduos provenientes das atividades industriais e agrícolas. 


"Preservar o que resta da natureza é o mínimo que podemos fazer para não ver essa grande diversidade natural desaparecer."

terça-feira, 28 de setembro de 2010

A revolução nas artes e na literatura

Quando falamos de arte e literatura modernas, não temos dúvida: estamos nos referindo ao século XX. Você já reparou que existe uma arte moderna, do mesmo jeito que existe a casa moderna, a educação moderna, o automóvel moderno e até o futebol moderno? Como você percebe, nós utilizamos várias vezes a ideia de moderno. O que ela está significando? Em primeiro lugar, uma mudança recente. Além da novidade, a palavra lembra tecnologia, ciência, progresso, futuro. Essas ideias até que poderiam ser um bom resumo do espírito do século XX.
Max Ernst. Em sua obra Pássaro-cabeça, de 1935,
percebe-se grandes referências à arte africana.
Do mesmo jeito que a Primeira Guerra destruiu a velha Europa e a Revolução Russa propunha erguer um mundo, os artistas e escritores modernistas também propunham destruir o velho e construir o novo. Eles queriam jogar na lata do lixo toda a arte acadêmica (a que era consagrada nas universidades e museus), que consideravam "antiquada", "bem comportada", "medíocre". Para eles, a arte acadêmica nada tinha a ver com o mundo moderno. Para isso, queriam uma arte que expressasse os novos tempos, as grandes mudanças da revolução social, das ciências, da indústria. Arte que falasse da vida esmagadora nas grandes metrópoles , da vertigem provocada pela velocidade das máquinas e da tecnologia, do homem que vira uma peça de engrenagem da indústria moderna.
O escritor e o artista modernos sonhavam em destruir todas as regras da "boa arte". por exemplo, em vez do poema certinho e rimado, frases de tamanhos diferentes, palavras esquisitas e até palavrões. O compositor russo Stravinski desprezava as regras de harmonia clássica e fazia músicas com dissonâncias e ritmos selvagens. Porque o importante era a liberdade de criar. tudo poderia ser tema de arte. O poeta russo Maiakóvski, por exemplo, fazia comparando-se a uma usina de aço. O francês Duchamp pegou um mictório masculino e exibiu-o num museu como peça de arte. Eric Satie compôs uma música em "forma de pêra".
Os modernistas adoravam chocar o público. diziam que era para "sacudir o gosto burguês". Por exemplo, numa galeria de arte colocaram mulheres nuas ao vivo sobre pedestais, apresentando-as como "esculturas". O cineasta espanhol Buñuel começou um filme com a célebre cena de um lindo olho feminino sendo rasgado por uma navalha.
A pintura do suíço Paul Klee é um resumo
da arte moderna: em vez de se preocupar
com a "fotografia" do rosto, o artista
se interessa pelas formas geométricas e pela cor.
Os artistas modernos não queriam imitar a fotografia. para eles, a pintura e a escultura não deveriam reproduzir a realidade fielmente, mas criar uma nova. uma realidade mais profunda e mais e mais bela e que pudesse revelar, de modo crítico, o mundo em que estavam vivendo. Por isso, buscavam novas maneiras de se expressar, novas linguagens. O escritor irlandês James Joyce inventava novas palavras para o inglês. Kafka escreveu Metamorfose, a história de um homem que de repente se viu transformado num imenso inseto repugnante (imagine que você seja a mesma pessoa, mas com o corpo de uma enorme barata. As pessoas vão continuar tratando você da mesma maneira? Esse é o tema do livro de Kafka). 
Artistas e escritores modernistas participavam das grandes transformações mentais da época. Os surrealistas, por exemplo, influenciados pela Psicanálise de Freud, queriam fazer uma poesia e uma pintura que revelassem os sonhos e o inconsciente. do mesmo modo que Einstein falava que o tempo objetivo é relativo, o escritor francês Proust e o alemão Thomas Mann expressavam a dimensão relativa do tempo subjetivo, ou seja, como o tempo mental (aquele que cada um sente "dentro de si") pode ser diferente do tempo real marcado.
Muitos artistas e escritores assumiram causas políticas, a maioria deles com grande simpatia pelos comunistas. o alemão Bertolt Brecht, o maior autor de teatro do século XX, escreveu e dirigia peças que visavam levar o espectador a tomar parte da realidade do modo crítico, assumindo uma posição ativa diante do mundo. Para ele, , como para tantos escritores e artistas do século XX, a arte teria um papel político fundamental, conscientizando as pessoas, ajudando a criar uma nova mentalidade, uma nova visão do mundo. era a arte engajada. 
Tudo isso era radical e inesperado. A maioria das pessoas ficou chocada e sem entender nada. "Arte moderna" chegou a ser sinônimo de coisa esquisita, feia, incompreensível e até engraçada. O grande público, assustado, rejeitava-a. Avaliavam injustamente, é claro. Na verdade, aprender a aceitar o que é desconhecido exige um árduo processo de auto-educação.

O que propunham os modernistas



  • A arte deve refletir as mudanças velozes da vida moderna;
  • A arte modernista procura novas linguagens. Rompe com as nações tradicionais de espaço e de tempo;
  • Tudo pode ser objeto de arte, inclusive o feio e o cotidiano;
  • A arte pode se engajar politicamente. Conscientiza as pessoas, participa da transformação da sociedade;
  • Liberdade total para a criação da arte;
  • Eliminar todas as convenções tradicionais de arte;
  • A arte deve chocar a consciência burguesa para sacudir a mediocridade das pessoas;
  • A arte não imita a natureza. ela cria uma outra realidade e, ao mesmo tempo, estimula a pensar criticamente a realidade em que vivemos;
  • A arte deve ser revolucionária. Ela não é "bem-comportada".

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A Psicanálise freudiana

Sigmund Freud (1856-1938) formou-se em Medicina e teve sua formação cultural na Viena da belle époque (o elegante final do século XIX). Foi criador da Psicanálise, uma ciência que influenciou milhões de mulheres e homens do século XX.
A Psicanálise estuda a vida psíquica. Você já deve ter ouvido falar de gente que procura um psicanalista para resolver problemas psicológicos e emocionais. Há muitos exemplos: pessoas que sofrem por causa da timidez excessiva, ou por serem muito ciumentas, ou que vivem brigando com as outras, ou que se sentem angustiadas, ou manifestam problemas sexuais, ou têm medo exagerado de lugares fechados ou se sentem inseguras e inferiores, e por aí vai.
O surrealismo foi muito influenciado
pelas ideias de Freud. Os quadros de Salvador Dalí
são concebidos com a lógica do sonho.
A Psicanálise mostra que não temos consciência de tudo aquilo que acontece em nossa mente. Porque existe uma parte inconsciente que determina nossas vidas. Muitas de nossas angústias são provocadas pelo inconsciente. Por isso é tão difícil superá-las.
A obra de Freud é vasta. Além de demonstrar como nossa mente e nossas atitudes são influenciadas pelo inconsciente, ele indicou também a importância da libido (as energias sexuais) para formação da personalidade do indivíduo. Chocou a sociedade europeia da época ao afirmar que, desde bebês, nós já temos uma vida sexual ativa (o prazer do bebê é oral: satisfaz-se mamando). Revelou o célebre complexo de Édipo, que faz parte do desenvolvimento da sexualidade e da personalidade de todas as crianças. É o momento em que o menino deseja sexualmente a mãe (e a menina, a seu pai) e esbarra nas proibições sociais.
Freud acreditava que grande parte das angústias e até das neuroses das pessoas é provocada pela repressão inconsciente das pulsões sexuais. Mas como identificar os conflitos  inconscientes que provocam tanto desconforto nas pessoas? Não adianta se concentrar ou puxar pela memória. Afinal, estão inconscientes, não é mesmo? O caminho são técnicas psicanalíticas especiais. Uma delas é a interpretação dos sonhos. Freud achava que os sonhos são manifestações simbólicas do inconsciente. Interpretando os símbolos, o psicanalista poderia desvendar o inconsciente do paciente.
Freud, o criador da Psicanálise. PublicouA Interpretação dos sonhos, em 1900.
Muito do que o século XX aprendeu sobre a sexualidade,
o inconsciente e as neuroses deve-se
às suas obras científicas. Mas também já se falou muita bobagem
em nome dele.
Freud jamais defendeu a ideia de que, se "o desejo não pode ser reprimido", todas as pessoas deveriam fazer o que bem quisessem. Ao contrário, dizia que aqueles que não admitem limites para a satisfação de seus impulsos, que acham que todas as regras são representadas são "repressoras" e "castradoras", têm uma personalidade infantil, um amor exagerado por si mesmos (narcisismo). São egoístas e psiquicamente pouco evoluídos. Porque a civilização nasceu da capacidade humana de se auto-impor limites e de transformar o desejo e a agressividade em grandes realizações materiais e culturais.
Originalmente, a Psicanálise era uma ciência altamente crítica. por meio dela, as pessoas deveriam se autoconhecer para se autotransformar. Mas, depois da morte de Freud, surgiu um tipo de técnica psicanalítica nos EUA que ajustava o indivíduo para que se conformasse à sociedade. Para os críticos, esse tipo de terapia, que ainda predomina nos consultórios psicanalíticos de quase todo o mundo, traiu o objetivo freudiano. Seu objetivo é fazer com que as pessoas passem a amar a si mesmas a ponto de aceitar o mundo como está ("Eu me amo, então o mundo é maravilhoso.")

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

ÉTICA HUMANISTA X ÉTICA AUTORITÁRIA

Benito Mussolini e Adolf Hitler. Exemplos de ditadores que
 governaram com uma ética totalitária irracional.

A ética autoritária baseia-se em princípios radicalmente opostos à ética humanista. Para entendermos as diferenças entre ambas, são necessários alguns esclarecimentos sobre o conceito de autoridade.
Em torno deste conceito, há uma grande confusão, gerada pela crença de que só existem duas hipóteses: ou ter uma autoridade ditatorial e irracional ou não ter autoridade nenhuma. Essas alternativas, entretanto, são falsas. O problema verdadeiro consiste em saber que espécie de autoridade devemos seguir, a autoridade racional ou a irracional?
Autoridade racional é aquela que tem, como base, a reconhecida competência para exercer a tarefa que lhe foi confiada pelas pessoas. Sendo assim, não precisa intimidar os subordinados pela força, medo ou terror. Por outro lado, a autoridade irracional é aquela que se baseia no poder ditatorial sobre as pessoas. Esse poder pode ser físico ou mental, pode ser total ou apenas relativo, dependendo da ansiedade e do desamparo da pessoa a ela subordinada.
Assim, ao empregarmos a expressão “ética autoritária” estamos nos referindo à autoridade irracional, geralmente encontrada nos sistemas antidemocráticos (regime político contrário aos interesses da vontade popular. O Estado, neste caso, não é instrumento da vontade do povo) e totalitários (regime político que defende a total importância dos interesses do Estado sobre os interesses do indivíduo). A ética humana não é compatível com a autoridade irracional. Vejamos agora, quais as diferenças fundamentais entre a ética autoritária e a ética humanista.
A ética autoritária nega a capacidade do indivíduo para saber o que é bom ou mau; quem determina as normas é sempre uma autoridade superior que está acima do indivíduo. Cria-se um sistema baseado não na razão e no conhecimento, mas no temor à autoridade e na sensação de fraqueza e dependência por parte dos indivíduos subordinados. O bem e o mal são estabelecidos principalmente em função dos interesses da autoridade, e não dos subordinados. Nessa ética, a principal virtude é a obediência, e o pecado imperdoável é a rebeldia que consiste na objeção ao poder da autoridade de ditar normas segundo seus interesses. Trata-se, portanto, de uma ética fechada, exploradora e dominadora.
A ética humanista, em oposição ao sistema autoritário irracional, adota o seguinte princípio: somente o próprio homem pode determinar, segundo a sua consciência moral, o que deve ou não deve fazer. Seu lema é simples: o bem é aquilo que nos leva à verdadeira felicidade, o mal é aquilo que nos afasta da felicidade, sendo nocivo à natureza humana.
A ética humanista fundamenta-se no fato de que o homem só pode realizar-se e se feliz vivendo em solidariedade com seus semelhantes. Amar ao próximo é um fenômeno tido como essencial à natureza humana, algo inerente a nós e que espontaneamente se irradia. O amor não é uma força superior que desce sobre o homem, nem um dever que lhe é imposto; é seu próprio poder pelo qual se relaciona com o mundo e o torna verdadeiramente seu.

Revolução nas Artes e nas Ciências

As primeiras décadas do século XX não foram revolucionárias apenas na política e na economia. A própria maneira de fazer arte e literatura foi transformada radicalmente pelo modernismo. Os artistas e escritores romperam com as tradições e criaram uma nova linguagem.
Nas ciências, a revolução também acontecia. Principalmente na Física, com a Teoria da Relatividade, de Einstein, e na Mecânica Quântica, que chocou muitas mentes conservadoras.
No Brasil, o modernismo foi trazido por intelectuais que tinham viajado à Europa. O maior evento de propaganda das novas ideias foi a Semana de Arte Moderna, em São Paulo, em 1922.

Os três músicos, de Pablo Picasso (1921)
As transformações radicais


As pessoas que viviam nas grandes cidades do Ocidente, no começo do século XX, tinham a sensação de que a maneira tradicional de ver o mundo e de viver nele estava se dissolvendo. O velho estava se acabando, e o novo brotava. Para começar, toda a Europa sentiu a devastação provocada pela Primeira Guerra Mundial. Em seguida, o mundo foi abalado pela Revolução Russa em 1917. Ela entusiasmou milhões de trabalhadores e intelectuais. A guerra simbolizava a destruição completa e a revolução simbolizava a reconstrução do mundo.
A ideia de arrebentar o passado e moldar uma outra civilização empolgava os corações e as mentes de muitas pessoas de todo o planeta. Esses sentimentos atingiram em cheio os artistas, escritores e cientistas, na Europa, nos EUA e na América Latina. Também eles queriam chutar o passado e criar o futuro.

O francês Marcel Duchamp apresentou esta "escultura" num salão artístico em 1917.
Chamou-a de
Fonte. Como se vê, é um mictório de banheiro masculino.
Atitude iconoclasta (destruidora da tradição) típica dos dadaístas. Por trás disso, há uma pergunta muito séria: o que transforma um objeto em obra de arte? Um mictório, no banheiro, é só um mictório; mas, quando exposto num museu, vira arte?
A revolução nas ciências


No início do século XX, a ciência também viveu a sua revolução. Tudo começou com a célebre Teoria da Relatividade, do físico alemão Albert Einstein (1879-1955). Ele foi, disparado, o cientista mais influente do século. Virou de cabeça para baixo todos os fundamentos da Física, alterou radicalmente tudo aquilo que os cientistas compreendiam do espaço, do tempo, da matéria e da energia. Revelou que o Universo é, na verdade, bem diferente do que aquilo que enxergamos no dia-a-dia.
Einstein disse que o tempo não é absoluto, ou seja, não passa de modo geral em todos os lugares. O tempo e o espaço são relativos, dependem da velocidade do observador. Quanto mais próximo da fantástica velocidade da luz (aproximadamente 300 mil quilômetros por segundo), maior será a mudança em relação a um observador parado.
Einstein também mostrou que a matéria e a energia se equivalem. Esse é o significado da famosa equação matemática E = mc², que teve grande utilidade na fabricação de usinas nucleares, e infelizmente, das bombas atômicas (um pouco de matéria radioativa produz uma quantidade gigantesca de energia, que destrói tudo em volta).
No começo do século, os cientistas também se preocuparam com a intimidade da matéria. Hoje em dia, qualquer estudante razoável sabe que as coisas são compostas por átomos e que esses possuem um núcleo e alguns elétrons. Mas quando foi que que os cientistas souberam disso? Não faz muito tempo. Em 1897, o inglês Thompson descubriu a existência dos elétrons. Outro inglês, Rutherford, identificou o próton no núcleo do átomo (1914). Seu compatriota Chadwick completou a glória encontrando o nêutron (1932). Logo em seguida, o alemão Heisenberg mostrou que os núcleos dos átomos eram compostos por prótons e nêutrons. Pois é, isso que hoje você aprende na escola foi descoberto com muito estudo, criatividade e pacientes experimentações dos cientistas. Não é emocionante compartilhar suas descobertas?
Tão importante quanto a Teoria da Relatividade de Einstein foi a descoberta da Mecânica Quântica no começo do século. Essa teoria produzida com a colaboração de muitos físicos notáveis: os alemães Schrödinger, Max Born, Max planck e Heisenberg, os franceses De Broglie e Dirac, o dinamarquês Niels Bohr. Ela mostrava que as partículas elementares (próton, nêutron, elétron etc.) não seguem as leis da natureza descobertas por Newton e que explicam os movimentos dos objetos comuns. É como se as partículas elementares fizessem parte de outro tipo de Universo, com sua própria maneira de funcionar. A Mecânica Quântica também superou a Física clássica na compreensão da energia e da luz.


Albert Einstein foi o mais importante cientista do século XX.
Ele nada tinha do "cientista maluco" que se tranca no laboratório e ignora
o que passa no mundo. Era politizado e escreveu a favor da paz mundial, da democracia
e do socialismo. Amou e foi amado por mulheres interessantes, tinha muitos amigos,
gostava de velejar e de tocar violino.
Teoria da Relatividade


Imagine que dois gêmeos sejam separados depois do nascimento. Um deles faz uma viagem de alguns anos numa nave espacial com velocidade próxima à da luz. O outro permanece na Terra.
Pela Teoria da Relatividade, o relógio do bebê espacial anda mais devagar do que o relógio do bebê terrestre. O que significa que o bebê espacial envelhece mais devagar. Anos depois, quando ele retornasse à Terra, estaria muito mais jovem que seu irmão gêmeo que ficou. Incrível não? Esse fato já foi comprovado por experiências científicas.


A Medicina avança


Os avanços da Medicina no século XX foram os mais espetaculares da história. Doenças que matavam ou mutilavam milhões de pessoas passaram a ser curadas. Isso foi possível, em primeiro lugar, graças ao crescimento econômico. Nos países ricos, os governos deram muito dinheiro para as universidades a fim de formar profissionais competentes e para pesquisar. Claro que eram países que valorizavam a educação, o estudo, a ciência, a pesquisa.
 Não dá para falarmos de tudo o que foi descoberto na primeira metade do século XX. Vamos nos concentrar naquilo que foi mais espetacular. 
Todos nós herdamos uma porção de características físicas de nossos pais e avós, como a cor dos olhos, a altura, o formato do nariz, a voz, o tipo sanguíneo etc. Como se explica essa transmissão? Esse é o objeto de estudo da Genética. Só no início do século XX as leis fundamentais da Genética, formuladas havia algumas décadas pelo austríaco Mendel, tornaram-se amplamente conhecidos pelos cientistas. Foi Mendel quem mostrou, por exemplo, que um pai e uma mãe de escuros poderiam ter filhos de olhos claros. Já em 1902, constatou-se que os fatores genéticos estavam contidos em umas estruturas miúdas existentes nas células de quase todos os seres vivos: os cromossomos.
Em 1907, o químico alemão Ehlich percebeu que cada tipo de tecido animal pode ser afetado de forma diferente por compostos químicos. A partir daí, os cientistas se concentram em pesquisar que tipos de mudança uma substância química poderia provocar no organismo de uma pessoa. Pronto: produzir remédios havia se tornado uma ciência. Os remédios mais importantes foram os antibióticos. Descobertos pelo escocês Fleming (1928), um que chegou a ser utilizado nos hospitais de todo o mundo foi a famosa penicilina (1940). Antes dessa data, era comum as pessoas sofrerem um ferimento ou uma cirurgia e, dias depois, morrerem de infecção - ou então terem de amputar um membro. Os médicos nada podiam fazer. Pois bem, o antibiótico acaba com as infecções. Ele é uma substância química, produzida por microorganismos, que extermina as bactérias causadoras de infecções. Uma maravilha! A terrível tuberculose, por exemplo, que tanta gente matou, finalmente podia ser curada por um remédio.
Melhor ainda do que curar a tuberculose é não contrair tuberculose. Isso foi possível graças à descoberta da vacina BCG pelos franceses (1921).
Durante séculos, as pessoas também morriam por ter perdido sangue demais. Alguns médicos tentavam fazer transfusões de sangue (injetando na veia do doente o sangue de uma pessoa sadia), mas os pacientes geralmente morriam. Até que o austríaco Landsteiner descobriu os diversos tipos sanguíneos (A, AB, B, O) e as regras para combiná-los (1900). A partir daí, milhares de vidas puderam ser salvas.


O estafilococo é uma bactéria na mira dos antibióticos
(descoberta de Alexander Fleming, 1928).

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Como usar o LIVRO DIDÁTICO?

Em primeiríssimo lugar, jamais perca tempo decorando datas, listas de nomes de reis, presidentes, generais e ministros, nomes de tratados e de batalhas. Nos livros didáticos, essas datas e nomes vão aparecer para você localizar as coisas. Mas não precisam ser memorizadas. Afinal, decorar é o contrário de raciocinar.
O mais importante é aprender a raciocinar historicamente. Para isso, toda vez que você ler um capítulo, deve fazer perguntas indispensáveis: o que esses acontecimentos têm a ver com o mundo atual? Como eles influenciaram a maneira de viver e de pensar das mulheres e dos homens de hoje? Como eles ajudam a explicar o que está acontecendo agora? As coisas não poderiam ter sido diferentes?


As ilustrações, os gráficos e os esquemas não são enfeites para deixar a página mais bonitinha. Preste bastante atenção porque eles ensinam muitas coisas. Tente arrancar todas as informações que eles proporcionam.
Nas ilustrações, observe que elas informam sobre a cultura de uma época: os prédios, as roupas, os objetos, as ferramentas, os gostos, o que se considerava bonito e importante.
Examine-as com cuidado, curta sua beleza, veja se descobre detalhes novos. A atividade de um historiador alia o raciocínio com a paixão e a admiração pela beleza, as mesmas qualidades fundamentais do amor!
As tabelas, gráficos e ilustrações foram retirados de outras obras. O autor pesquisou bastante para colocá-lo no livro didático. Essa observação é importante para percebermos que todos nós aprendemos com os outros. O autor não é dono da verdade da História nem sabe tudo.




Os textos complementares e as reflexões de outros historiadores servem para várias coisas: acostumar você à linguagem desses profissionais; ensinar a ler um texto e interpretá-lo; mostrar que qualquer conhecimento científico precisa da dúvida, do questionamento, da polêmica. Em outras palavras, por intermédio deles você pode construir o seu conhecimento.
Na maioria das questões propostas no livro, a resposta deve ser encontrada por você mesmo, com sua inteligência, seus conhecimentos, sua experiência, na troca de ideias com seus colegas. Ou seja, não existe uma resposta certa, a não ser que você queira ser o "dono da verdade". Porque não existe uma receita pronta nem um caminho infalível: o conhecimento histórico é construído pela dúvida, pela crítica e pelo diálogo.
As reflexões críticas revelam como o assunto histórico tem muito a ver com a atualidade. E nos deixam a lição principal: jamais aceite alguma coisa apenas porque disseram que era verdade. Procure saber a razão de tudo, recuse o que não for explicado, questione as coisas por diversos lados.
Lembre-se de que num livro didático, você não vai encontrar a verdade definitiva sobre a História. Primeiro, porque em lugar nenhum você encontra uma verdade definitiva. Segundo, porque o choque entre idéias diferentes, o debate, a crítica ao que os outros pensam e ao que nós mesmos pensamos, e a polêmica são fundamentais para a construção do conhecimento.




Procure ler cada frase do livro com espírito crítico. Você não deve aceitar tudo o que está nele só porque é um livro didático! Nem o autor, nem ninguém são entidades supremas que possuem todo o saber do mundo. Se você não gosta de uma explicação, se você discorda de uma conclusão, se pensa diferente do autor, procure discutir isso com seus colegas. Fale com seu professor, debata com ele e a turma. Converse com seus pais a respeito. Peça para seu professor indicar livros e outras fontes onde você possa conhecer melhor o assunto que o despertou. Não seja escravo do livro didático!
Para escrever um livro didático, o autor precisa de muitos livros. Tudo o que está escrito no livro didático foi obtido da leitura de outras obras, de outros historiadores. Ou seja, o autor não é dono do saber absoluto. Ele também aprende muito com os outros.
Na hora de escrever um livro didático, muitas vezes o autor fica numa encruzilhada: “Esse historiador explica um acontecimento dessa maneira. Esse outro tenta mostrar que o acontecimento teve outros motivos. Qual dos dois parece mais verdadeiro?” Quando você ler um livro didático, pode ter certeza de que ele poderia ter sido escrito de outra maneira, tão válida como esta. Por isso, nunca se esqueça de que duvidar e questionar são atividade muito saudáveis.




A conclusão disso tudo é que o autor também tem dúvidas na hora de escrever. E na hora em que o livro fica pronto, o autor sempre se pergunta: “Será que é assim que eu deveria ter escrito?” Saber disso não deve levar você a ficar inseguro. Ter dúvidas, criticar, querer saber mais não levam ninguém a se perder. Ao contrário, a crítica nos ensina a pensar por conta própria, sem nos submetermos a ninguém. Como nos ensinou o filósofo Kant, o principal objetivo da educação é ensinar a pensar com autonomia.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A arte contra o fascismo: Guernica, de Picasso

Guernica, de Picasso. As figuras deformadas expressam o horror causado pelo ataque fascista. A falta de colorido é magistral, reforçando a dramaticidade. O cavalo ao centro representa o povo espanhol sofrido. Veja que até a lâmpada no teto parece horrorizada. esta é talvez a obra de arte mais importante do século XX.
Os franquistas tiveram o apoio militar da Alemanha e da Itália fascistas. Em 1937, a aviação nazista agrediu a cidadezinha de Guernica. O mundo ficou chocado com as bombas incendiárias. Hospitais em escombros, crianças despedaçadas, corpos em chamas, gritos desesperados: eis aí uma amostra do que o fascismo iria fazer com o mundo.
Pablo Picasso, o maior artista plástico do século, pintou o famoso painel Guernica, lembrando o sangrento episódio. Picasso era comunista e apoiava os republicanos.
Dizem que durante uma exposição, um oficial nazista indagou a Picasso; Foi você quem fez isso? Ele respondeu: "Não, vocês fizeram isso, eu só pintei!"


Por que a escolha da cidade de Guernica?
Guernica após o bombardeio de 1937.
A escolha da pequena Guernica deveu-se a vários motivos. A cidade era um alvo fácil, sem proteção antiaérea, além de não ter uma população numerosa. Além disso abrigava um velho carvalho embaixo do qual os monarcas espanhóis ou seus legados, desde os tempos medievais, juravam respeitar as leis e costumes dos bascos, bem como as decisões do conselho basco. Como o levante de Franco foi também contra a autonomia regional, a destruição de Guernica serviria como uma lição a todos os que imaginavam uma Espanha federalista ou descentralizada. Assim, quando a notícia da dizimação provocada pelo bombardeamento "científico" chegou aos jornais provocou um frêmito de horror em todos os cantos do mundo. Quase todos os habitantes de cidades, em qualquer lugar do planeta, sentiram instintivamente que estavam sendo apresentados a um outro tipo de guerra, à guerra total, e que, doravante, por vezes, seria mais seguro estar-se numa trincheira no fronte, do que vivendo numa grande capital.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

HOLOCAUSTO

O mais violento conflito armado que o mundo já viu, matou muitas pessoas e deixou um rastro bem extenso de destruição. Além dos que tombaram nas batalhas, milhões de judeus, ciganos, russos, homossexuais e comunistas foram mortos nos campos de concentração nazistas. Por que tanta violência? Por que um povo se sente no direito de eliminar fisicamente outro povo? Por que pessoas aceitam matar e morrer nas guerras? 
Crianças judias no campo de concentração de Auschwitz
Os nazistas eram anti-semitas,ou seja, tinham preconceito contra os judeus. Ao tomar o poder, começaram os ataques. Primeiro, expulsaram os judeus das escolas, dos empregos públicos. Rapazes da Juventude Nazista incendiavam lojas e oficinas de judeus. Os judeus ricos tiveram seus bens tomados. Os judeus pobres (eram a maioria) perderam seus empregos e foram obrigados a pregar uma estrela amarela de pano em suas roupas. O arianos (a tal "raça pura" germânica que só existia mesmo na cabeça de Hitler) que tivessem relações com judeus seriam punidos e humilhados.
Por incrível que pareça, isso foi só o começo.
Numa segunda etapa, os nazistas prendiam os judeus e os enviavam à campos de concentração. Essa barbaridade ecorreu em toda a Europa dominada pelos nazistas. Infelizmente, muitos indivíduos de diversos povos europeus colaboraram com esses atos criminosos.
Quando ficou evidente que a Alemanha perderia a guerra, os nazistas intensificaram o que chamaram des solução final. Os campos de concentração nazistas se tornaram verdadeiras máquinas de extermínio. Os soldados nazistas prendiam os judeus em imensos galpões fechados. Em seguida era liberado o gás venenoso Ziklon-B. Em poucos minutos, centenas de pessoas caíam mortas. Os guardas arrancavam dos cadáveres os dentes de ouro, os cabelos (para fazer recheio para colchões), a gordura (para fabricar sabão ordinário). A fábrica de cadáveres continuava sua macabra produção.
Pilha de cadáveres dos executados no campo de concentração de Buchenwald
Campos de concentração como o de Auschwitz (ficava na Polônia dominada pelos nazistas) conseguiram uma triste celebridade. Os cadáveres eram queimados em fornos crematórios. Os campos de concentração eram verdadeiras fábricas de assassinatos. Os números dizem tudo: foram seis milhões de judeus mortos. Além dos judeus, milhões de ciganos e de russos ("raça eslava") também foram executados. O Dr. Mengele era médico nazista nos campos de extermínio. ele fazia experiências macabras com cobaias humanas! Por exemplo, amputava órgãos de bebês, arrancava olhos de crianças judias.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O VALOR INDISPENSÁVEL DA EDUCAÇÃO

"Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda." (Paulo Freire)
Charge mostrando a situação do ensino, no Mundo atual.
A educação, para a espécie humana, desempenha papel fundamental na constituição da maior parte dos comportamentos do indivíduo. Compete à educação influir em esboços (que devem ser desenvolvidos, anulados ou deixados em estado inacabado) através de um trabalho de complementação, transformação e burilamento, segundo nossos interesses e necessidades.
O ser humano não poderia desenvolver suas estruturas mentais mais essenciais sem uma contribuição educacional exterior. dessa maneira, o fator educacional representa uma condição indispensável ao desenvolvimento natural do indivíduo. Assim, "o direito à educação é, portanto, nem mais nem menos, o direito que tem o indivíduo de se desenvolver normalmente, em função das possibilidades de que dispõe, e a obrigação, para a sociedade, de transformar essas possibilidades em realizações efetivas e úteis."

O conceito de educação


São inúmeros os conceitos e definições de educação que, no decorrer dos tempos, foram elaboradas por filósofos e educadores. Vejamos:


Platão afirmava que a boa educação consistia em "dar ao corpo e à alma toda a beleza e perfeição de que são capazes".
Herbert Spencer defendia que a educação era um processo cujo objetivo é a "formação do caráter".
John Dewey expunha que "educação é um processo de contínua reconstrução da experiência, com o propósito de ampliar e aprofundar o seu conteúdo social, enquanto, ao mesmo tempo, o indivíduo ganha controle dos métodos envolvidos".
Lourenço Luzuriaga entende que educação é "a influência intencional e sistemática sobre o ser juvenil, com o propósito de formá-lo e desenvolvê-lo. Mas significa, também, a ação genérica, ampla, de uma sociedade sobre as gerações jovens, com o fim de conservar e transmitir a existência coletiva".
George Kneller considera a educação como "qualquer ato ou experiência que tenha um efeito formativo sobre a mente, o caráter ou a capacidade física de um indivíduo". Acrescentando que, num sentido mais técnico, a educação é o processo pelo qual "a sociedade, por intermédio de escolas, ginásios, colégios, universidades e outras instituições, deliberadamente transmite sua herança cultural, seus conhecimentos, valores e dotes acumulados - de uma geração para outra".


A educação e o desenvolvimento global da personalidade

A educação, durante muitos séculos, foi orientada de modo bastante parcial. Ora se voltava demasiadamente para o lado espiritual, ora dirigia-se para o lado material, tecnológico. Nos dias atuais, muitos educadores, conscientes da riqueza e complexidade da natureza humana, revelam-se interessados no desenvolvimento global da personalidade. O que se pretende é fazer da educação um instrumento capaz de preparar o homem para a vida, de maneira que ele possa compreender, agir e reagir, adequadamente, às circunstâncias físicas, sociais e culturais do meio em que vive.
Alguns educadores, entretanto, ainda insistem em preservar o caráter parcial da educação. Com base nessa visão parcial, tendem a enfatizar excessivamente no ensino o valor da especialização científica e tecnológica. mas se esquecem de que isso pode conduzir a um racionalismo bitolador, a uma especialização profissional alienante, que deixa de conferir a devida importância para o aspecto moral do ser humano e descuida da indispensável formação de um caráter sadio.

Albert Einstein
Combatendo essa lamentável separação entre o ensino de uma especialidade científica e a formação humanista da personalidade, o genial cientista Albert Einstein escreveu as seguintes palavras:
"Não basta ensinar ao homem uma especialidade científica. Porque assim poderá se tornar uma máquina útil, mas não uma personalidade harmoniosamente desenvolvida. É necessário que o estudante adquira uma compreensão dos valores éticos, um sentimento daquilo que vale a pena ser vivido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto. Sem cultura moral, não há solução para os grandes problemas humanos."


Alternativas para o mundo


Há três métodos principais através do quais podemos procurar resolver os problemas do mundo.


1. A revolução
O primeiro é a revolução. Isso significa revolta violenta. O exemplo da Revolução Francesa e as experiências de Lênin e Stalin nos fazem recear que essa violência possa criar apenas outra tirania. O revolucionário tem, com demasiada frequência, uma perspectiva maquiavélica e justifica qualquer método para atingir seu objetivo. No fim, pode estabelecer um Governo de opressão quase tão retrógrado quanto o regime anterior. Os grandes educadores do passado, como Sócrates, Erasmo e Tolstói, observaram que a mudança tem de vir de dentro e tem de basear-se em princípios éticos.

2. A guerra
O segundo meio, pelo qual podemos buscar uma solução para os problemas do mundo, é a guerra. Heráclito, na grécia, observava que a guerra é a mãe de todas as coisas e que cria as sementes do progresso. Hegel observou que a guerra decide o destino do mundo. Nietzsche disse certa vez que a guerra é a essência da civilização. Hoje, porém, sabemos que um conflito maior significaria o fim da civilização. depois de milhões de seres humanos haverem sido mortos no século XX, nossos dilemas são exatamente tão agudos quanto o eram no século XIX. Uma guerra atômica seria um pesadelo ímpar para a humanidade.


3. A educação
Nossa terceira alternativa é a educação. Opera lentamente, de modo evolucionário. Não cria utopias repentinas. Não faz promessas categóricas. exige esforço e disciplina. desperta o homem para suas próprias potencialidades criativas - para aquilo que William James chamou de "wider self" (o "eu mais amplo"). A educação, considerada corretamente, é o instrumento de sobrevivência mais formidável que o homem possui.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

OUR PLACE IN THE UNIVERSE

Three remarkable Views

Carl Becker
The significance of man in that he is that part of the Universe that asks the question. "What's the significance of Man?" He alone can stand apart imaginatively an, regarding himself and the universe in their eternal aspects, say: "The significance of man is that he is insignificant and is aware of it."

                                                     Carl Becker, American historian (1873-1945), in Progress and Power

Aldous Huxley
(...) "There's only one corner of the Universe you can be certain of improving, and that is your own self. Your own self, " he repeated. So you have to begin there, not outside, not on other people. That comes afterwards, when you're worked on your own corner. (...)

                                                   Aldous Huxley, english writer (1894-1963), in Time Must Have a Stop

Albert Einstein
A certain distinguished astronomer once declared at a scientific meeting: "To an astronomer, man is nothing more than as insignificant dot in an infinite universe."
"I agree," said Einstein. "But then I realize that the insignificant dot who is man is also the astronomer."

                                                                         Albet Einstein (1879-1955), German-born physicist of Jewish descent, in The Little, Brown Book of Anecdotes.

SO MANY SUNS, SO MANY WORLDS

We live in an expanding Universe, vast and ancient beyond ordinary human understanding. The galaxies in contains are rushing away from one another, the remnants of an immense explosion, the Big Bang. Some scientists think the Universe may be one of a vast number-perhaps an infinite number-of other closed-off universes.

There may be different laws of Nature and different forms of matter in those other universes. In many of them life may be impossible, as there are no suns and planets, or even no chemical elements more complicated than hydrogen and helium. Others may have an intricacy, diversity, and richness that dwarfs our own.
Our Universe is composed of some hundred billion galaxies, one of which is the Milky Way. "Our Galaxy", we like to call it, although we certainly don't have possession of it. It's composed of gas and dust and about 400 billion suns. One of them is the Sun, our ordinary local star. Accompanying the Sun in its 250 million year journey around the center of the Milky Way is a retinue of small worlds. Some are planets, some are moons, some a asteroids, some comets. We humans are one of the 50 billion species that have lived on a small planet, third from the Sun, that we call the Earth.