
Diversidade Cultural

É preciso que saibamos respeitar as diferenças!!!!
Bem vindos ao Blog da Tolerância!
Rico em imagens e conteúdo informativo e educativo, o Blog da Tolerância tenta passar para os leitores, a importância do simples ato de respeitar e tolerar as diferenças, sejam elas, econômicas, sociais, religiosas e referente à orientação sexual. O mundo precisa de pessoas mais tolerantes e compreensivas!!!
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Por que temos que dormir à noite?

O espelho
Falar mal da TV virou moda. É "in" repudiar a baixaria, desancar o onipresente eletrodoméstco. E, num país em que os domicílios sem televisão são cada vez mais raros, o que não falta é especialista no assunto. Se um dia fomos uma pátria de 100 milhões de técnicos de futebol, hoje, mais do que nunca, temos um considerável rebanho de briosos críticos televisivos.
Depois de azular as janelas das grandes e das pequenas cidades, os televisores ganham as ruas. Hoje não se encontra um boteco, padaria ou consultório dentário que não tenham um. Há até taxistas que trabalham com um olho no trânsito e outro na novela. E, nas esquinas escuras onde se come o suspeitíssimo cachorro-quente, pode-se assistir ao "Jornal Nacional" e ser assaltado em tempo real.

Reclamamos que, na programção, só vemos sexo, violência e consumismo. Ora, isso é o que vemos ao sair à rua. E, se fitarmos o espelho do banheiro com um pouco mais de atenção, levaremos um susto com a reprise em cartaz. Talvez por isso a TV nos choque, por nos mostrar, sem rodeios, a quantas anda o incosciente coletivo. E não adianta dourar a pílula; já tentaram, mas não deu Ibope.
![]() |
Violência na TV |
Aqui e ali, alguns vão argumentar que cultivam pensamentos mais nobres e que não se sentem representados no vídeo. Mas a fração que lhes cabe está lá, escondidinha como é próprio às minorias. Está nos bons documentários, nas belas imagens dos eventos esportivos, na dramaturgia sensível, no humorismo que surpreende, nos desenhos e nas séries inteligentes, no entrevistador que sabe ouvir o entrevistado, nas campanhas altruístas.
Reclama-se muito que, nas novelas, os negros fazem, quase sempre, papéis de subalternos. Mas é essa condição que a sociedade reserva à maioria deles, e também à maior parte dos nordestinos, na vida real. O que a televisão fornece é um retrato da desigualdade no país.
E, quando explora a mulher, estigmatiza gays, restringe o mercado para o ator idoso ou vende cerveja, maledicência e atrocidade na programação vespertina, ele reflete o mundo dominado pelo macho-adulto-branco-capitalizado.
A televisão mostra muita violência o dia inteiro, gritam os pacifistas na sala de estar. Como se não houvesse milhões de Stallones, Gibsons, Van Dammes e Schwarzeneggers armados até os dentes no Afeganistão e nas favelas brasileiras.

Enquanto a discussão ganha adeptos, continuamos devorando nosso tubo de imagem de estimação. Depois, de barriga cheia, saímos à rua para ratificar, legitimar com pensamentos, palavras e atitudes, que as coisas são mesmo assim e que, pelo jeito, a reprise continuará.
Aquele repórter sensacionalista que repete à exaustão a cena de linchamento, o apresentador que tripudia sobre o drama do desvalido, a loura que vê na criança um consumidor a mais, o jovem que tem num "reality show" desumano a alternativa para sua falta de horizonte, a menina precocemente erotizada, no fundo, somos todos nós.
Marcadores:
apresentador,
cerveja,
críticas,
discussão,
documentários,
especialista,
novelas,
programação,
telejornais,
televisão,
tubo de imagem,
violência gratuita
sábado, 22 de janeiro de 2011
A permanente descoberta
Ser jovem depende de pele, de idade, de ideias? Ser jovem se constata na certidão de nascimento ou no espírito de cada um? É possível ser jovem na infância e na adolescência? E na velhice? Será que todo jovem é realmente jovem na juventude?
Ser jovem
Ser jovem é não perder o encanto e o susto de qualquer espera. É, sobretudo, não ficar fixado nos padrões da própria formação. Ser jovem é ter abertura para o novo na mesma medida do respeito ao imutável.
É acreditar um pouco na imortalidade em vida, é querer festa, o jogo, a brincadeira,a lua, o impossível, o distante. Ser jovem é ser bêbado de infinitos que logo ali. É só pensar na morte de vez em quando. É não saber de nada e poder tudo.
Ser jovem é ainda acordar, pelo menos de vez em quando, assobiando uma canção, antes mesmo de escovar os dentes. Ser jovem é não dar bola para o síndico mas reconhecer que ele está na sua. É achar graça do riso, ter pena dos tristes e ficar ao lado das crianças.

Ser jovem é beber chuvas, ter estranhas, súbitas e inexplicáveis atrações. É temer o testemunho, detestar os solenes, duvidar das palavras. Ser jovem é não acreditar no que está pensando exceto se o pensamento permanecer depois.
É gostar de ler e tentar silêncios quase impossíveis. É acreditar no dia novo como obra de Deus. É ser metafísica sem ter metafísica. É curtir trem, alface fresquinha, cheiro de hortelã. É gostar até de talco. Ser jovem é ter ódio do cachimbo, de bala jujuba, de manipulação, de ser usado.

Ser jovem é permanecer descobrindo. É querer ir à lua ou conhecer Finlândias, Escócias e praias adivinhadas. É sentir cheiros raríssimos: cheiro de férias, cheiro de mãe chegando em casa em dia de chuva, cheiro de festa, camisa nova ou toalha lá do clube.
Ser jovem é andar confiante como quem salta, se possível de mãos dadas com o ar. É ter coragem de nascer a cada dia. É acreditar em frases, pessoas, mitos, forças, sons, é crer no que não vale a pena mas ai da vida se não fosse isso.
É descobrir um belo que não conta. É recear as revelações e ir para casa com o gostode seu silêncio amargo ou agridoce.
Ser jovem é ter a capacidade do perdão e andar com os olhos cheios de capim cheiroso. É ter tédios passageiros, é amar a vida, é ter uma palavra de compreensão. Ser jovem é lembrar pouco da infância por não precisar fazê-lo para suportar a vida. Ser jovem é ser capaz de anestesias salvadoras.
Ser jovem é misturar tudo isso com a idade que tenha, trinta, quarenta, cinquenta, sessenta, setenta ou dezenove. É sempre abrir a porta com emoção. É esperar dos outros o que ainda não desistiu de querer. Ser jovem é viver de fundo musical do seu cantor favorito. É abraçar esquinas, mundos, espaços. luzes, flores, livros, discos, cachorros e a menininha com o profundo, aberto e incomensurável abraço feito de festa, cocada, dentes brancos e dedos tímidos, todos prontos para os desencontros da vida. Com uma profunda e permanente vontade de SER.
Assinar:
Postagens (Atom)