Nos países subdesenvolvidos, muitos jovens usam drogas porque se julgam marginalizados sem possibilidades de bons empregos e estudos. São os "pivetes", marginais de uma camada pobre da sociedade que coloca a criança, desde a mais tenra idade da compreensão, em contato com um mundo cruel e desumano, onde alguns poucos têm tudo ou quase tudo, e outros, os favelados e menores abandonados, não têm nada, ou quase nada.
Nos países em desenvolvimento, onde a situação social já é algo melhor, muitos jovens usam drogas, porque se sentem frustrados em suas aspirações e anseios. O "funil" dos exames vestibulares coloca milhares e milhares de jovens à margem dos estudos superiores. E esta legião de desiludidos frustrados e, potencialmente, um enorme fervedouro de usuários de drogas.
Nos países desenvolvidos e ricos, onde materialmente a maioria dos jovens têm quase tudo o que a moderna tecnologia pode lhes fornecer, nem por isso há menor número de usuários de drogas. Neste caso, o argumento já é, ao contrário, o aborrecimento de uma vida sem motivações reais, excesso de lazer e de conforto, uma sociedade de desperdício. O uso de drogas para esses jovens é muito mais um sinal de tédio de uma vida sem sentido e sem maiores aspirações.
Portanto, querer colocar o abuso de drogas no contexto da privação social é um ponto de vista completamente discriminatório e distorcido. Mesmo em países de mais elevado equilíbrio econômico e social. O problema existe e é grave.
Qualquer que seja a razão alegada pelos jovens para usarem as drogas, todos eles expressam, direta ou indiretamente, a necessidade de uma orientação por parte de seus pais e/ou educadores. eles (os jovens) têm muitas perguntas sobre as drogas, sobre si próprios e também a respeito do mundo onde vivem. Estas perguntas necessitam ser respondidas em cooperação com os adultos que respeitam os pontos de vista dos moços, que tenham uma boa perspectiva do problema e também um bom conhecimento sobre as drogas em geral.
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