Max Ernst. Em sua obra Pássaro-cabeça, de 1935, percebe-se grandes referências à arte africana. |
O escritor e o artista modernos sonhavam em destruir todas as regras da "boa arte". por exemplo, em vez do poema certinho e rimado, frases de tamanhos diferentes, palavras esquisitas e até palavrões. O compositor russo Stravinski desprezava as regras de harmonia clássica e fazia músicas com dissonâncias e ritmos selvagens. Porque o importante era a liberdade de criar. tudo poderia ser tema de arte. O poeta russo Maiakóvski, por exemplo, fazia comparando-se a uma usina de aço. O francês Duchamp pegou um mictório masculino e exibiu-o num museu como peça de arte. Eric Satie compôs uma música em "forma de pêra".
Os modernistas adoravam chocar o público. diziam que era para "sacudir o gosto burguês". Por exemplo, numa galeria de arte colocaram mulheres nuas ao vivo sobre pedestais, apresentando-as como "esculturas". O cineasta espanhol Buñuel começou um filme com a célebre cena de um lindo olho feminino sendo rasgado por uma navalha.
A pintura do suíço Paul Klee é um resumo da arte moderna: em vez de se preocupar com a "fotografia" do rosto, o artista se interessa pelas formas geométricas e pela cor. |
Artistas e escritores modernistas participavam das grandes transformações mentais da época. Os surrealistas, por exemplo, influenciados pela Psicanálise de Freud, queriam fazer uma poesia e uma pintura que revelassem os sonhos e o inconsciente. do mesmo modo que Einstein falava que o tempo objetivo é relativo, o escritor francês Proust e o alemão Thomas Mann expressavam a dimensão relativa do tempo subjetivo, ou seja, como o tempo mental (aquele que cada um sente "dentro de si") pode ser diferente do tempo real marcado.
Muitos artistas e escritores assumiram causas políticas, a maioria deles com grande simpatia pelos comunistas. o alemão Bertolt Brecht, o maior autor de teatro do século XX, escreveu e dirigia peças que visavam levar o espectador a tomar parte da realidade do modo crítico, assumindo uma posição ativa diante do mundo. Para ele, , como para tantos escritores e artistas do século XX, a arte teria um papel político fundamental, conscientizando as pessoas, ajudando a criar uma nova mentalidade, uma nova visão do mundo. era a arte engajada.
Tudo isso era radical e inesperado. A maioria das pessoas ficou chocada e sem entender nada. "Arte moderna" chegou a ser sinônimo de coisa esquisita, feia, incompreensível e até engraçada. O grande público, assustado, rejeitava-a. Avaliavam injustamente, é claro. Na verdade, aprender a aceitar o que é desconhecido exige um árduo processo de auto-educação.
O que propunham os modernistas
- A arte deve refletir as mudanças velozes da vida moderna;
- A arte modernista procura novas linguagens. Rompe com as nações tradicionais de espaço e de tempo;
- Tudo pode ser objeto de arte, inclusive o feio e o cotidiano;
- A arte pode se engajar politicamente. Conscientiza as pessoas, participa da transformação da sociedade;
- Liberdade total para a criação da arte;
- Eliminar todas as convenções tradicionais de arte;
- A arte deve chocar a consciência burguesa para sacudir a mediocridade das pessoas;
- A arte não imita a natureza. ela cria uma outra realidade e, ao mesmo tempo, estimula a pensar criticamente a realidade em que vivemos;
- A arte deve ser revolucionária. Ela não é "bem-comportada".
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