Desenho para rir e refletir, onde mostra o que acontecerá com o homem, se continuar tendo hábitos como: sedentarismo, gula e exagero nas coisas. |
Não é de ontem que a ciência e suas conseqüências técnicas estão intimamente ligadas ao destino das sociedades humanas. É mesmo muito provável que tenha de haver uma técnica para que haja civilização. Quem poderá dizer que o que representou para o home primitivo a descoberta da pedra lascada? E que dizer da descoberta do metal, do emprego do cavalo com animal de transporte, da flutuação dos primeiros nativos?
A maior parte da humanidade não conhece a ciência senão pelas suas aplicações, isto é, pela técnica. E esta, no mundo moderno, intervém em tudo: para nos vestir, para nos aquecer, para nos alimentar. Ela guia o médico e fornece os remédios, a mulher deve-lhes os seus produtos de beleza, como o guerreiro as sua armas. Mesmo quando não notamos sua intervenção, ela está sempre presente em nossas vidas. E se desaparecesse num instante, ficaríamos abismados numa miséria terrível, na medida em que a técnica nos desabitou dos nossos antigos instintos de sobrevivência, e hoje nos encontraríamos muito mais nus e fracos do que o homem primitivo. Não se pode, portanto, negar que existe uma íntima relação entre o futuro da técnica e o futuro do homem.
Homem de Neanderthal |
Quanto a esse futuro, jamais podemos nos esquecer de que o objetivo do “progresso” não pode restringir-se em fazer triunfar a técnica em si mesma, mas, sim em colocá-la a serviço do homem. Mas afinal, no que consiste o homem? Consiste em duas coisas intimamente ligadas e que perpetuamente reagem e se relacionam uma com a outra: o corpo, a matéria, de um lado; e a alma ou o espírito, do outro. Pelo que nele há de corporal, o homem participa das necessidades animais volta-se para a terra para tirar, por meio do trabalho, os seus meios de subsistência. Pelo que nele há de espiritual, ultrapassa as barreiras da animalidade, origina-se para si um mundo novo em que o trabalho se torna uma criação e a necessidade um desafio a ser vencido. A finalidade do progresso, finalidade que nunca devemos perder de vista, deve ser a construção de uma “sociedade aberta”, como dizia Bérgson, uma sociedade que encare o homem na sua totalidade (espírito - matéria). Nesta sociedade deverá haver equilíbrio entre interesses do Estado e os direitos do indivíduo entre o coletivo e o pessoal.
Para finalizar, é fundamental termos em mente que a ciência transforma o mundo, mas é só o homem que pode transformar o homem. A descoberta científica e o aperfeiçoamento técnico não têm valor moral em si: tudo depende do uso que o homem deles possa fazer.
O homem é inacabado e sempre aberto ao futuro. Não há homem total e não haverá jamais. Por isso há dois modos de pensar o futuro do homem. Posso concebê-lo como um processo natural, análogo àquele que respeita aos objetos, e formular probabilidades. Ou então posso imaginar as situações que vão ocorrer sem saber a resposta que lhes dará o homem, sem saber como, através delas, mas espontaneamente, ele se encontrará a si próprio.
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ResponderExcluirProfessor e Biólogo, Mineiro, venho percorrendo algumas páginas para divulgar o Verde Vida, dedicado à causa ambiental. Se puder, visite-nos.
Felicidade e luz em sua jornada.
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