Os ideais modernistas chegaram ao Brasil com quase vinte anos de atraso. Naquela época, a troca de informações entre os continentes era menor e mais lenta do que hoje. Além disso, havia o atraso econômico do Brasil. A arte modernista refletia o mundo da máquina, da cidade grande, da velocidade, do capitalismo industrial, da revolução social. Pois, no Brasil, essa realidade moderna estava ainda nascendo. Portanto, era natural nosso "atraso" cultural. (Será que existe mesmo esse tipo de atraso?)
As novas modas estáticas foram trazidas por jovens artistas e intelectuais da elite brasileira que tinham recursos para viajar até Paris, Berlim e Londres.
Antropofagia, de Tarsila do Amaral, é um exemplo da pintura que tanto chocou os críticos conservadores brasileiros. |
Os rapazes e as moças queriam divulgar a nova maneira de fazer arte e poesia que eles já praticavam havia algum tempo. Para isso, organizaram a célebre Semana de Arte Moderna de 1922, na capital paulista. Estavam lá, apresentando suas obras, jovens e atrevidos poetas e escritores, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Manuel Bandeira, músicos como Heitor Villa-Lobos, artistas plásticos, como Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Vicente do Rego Monteiro, Victor Brecheret.
A Semana de Arte Moderna foi patrocinada pela burguesia cafeeira e teve lugar no sofisticado Teatro Municipal de São Paulo. Mesmo assim, os visitantes ficaram chocados. A linguagem era tão nova e inesperada que o público, acostumado com a arte acadêmica tradicional, considerou aquilo tudo uma grande bobagem. Teve gente que vaiou, ficou imitando galinha e cachorro durante as declarações de poesia, jogou tomates e ovos nos músicos. Essa reação não era nova nem inesperada: pouco tempo antes, o escritor Monteiro Lobato já havia atacado a pintura modernista de Anita Malfatti. uma mostra de que alguns intelectuais não compreendiam as novas propostas.
Diana Caçadora mostra formas delicadas e arredondadas, quase geométricas, típicas de Victor Brecheret. |
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