Diversidade Cultural

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terça-feira, 28 de setembro de 2010

A revolução nas artes e na literatura

Quando falamos de arte e literatura modernas, não temos dúvida: estamos nos referindo ao século XX. Você já reparou que existe uma arte moderna, do mesmo jeito que existe a casa moderna, a educação moderna, o automóvel moderno e até o futebol moderno? Como você percebe, nós utilizamos várias vezes a ideia de moderno. O que ela está significando? Em primeiro lugar, uma mudança recente. Além da novidade, a palavra lembra tecnologia, ciência, progresso, futuro. Essas ideias até que poderiam ser um bom resumo do espírito do século XX.
Max Ernst. Em sua obra Pássaro-cabeça, de 1935,
percebe-se grandes referências à arte africana.
Do mesmo jeito que a Primeira Guerra destruiu a velha Europa e a Revolução Russa propunha erguer um mundo, os artistas e escritores modernistas também propunham destruir o velho e construir o novo. Eles queriam jogar na lata do lixo toda a arte acadêmica (a que era consagrada nas universidades e museus), que consideravam "antiquada", "bem comportada", "medíocre". Para eles, a arte acadêmica nada tinha a ver com o mundo moderno. Para isso, queriam uma arte que expressasse os novos tempos, as grandes mudanças da revolução social, das ciências, da indústria. Arte que falasse da vida esmagadora nas grandes metrópoles , da vertigem provocada pela velocidade das máquinas e da tecnologia, do homem que vira uma peça de engrenagem da indústria moderna.
O escritor e o artista modernos sonhavam em destruir todas as regras da "boa arte". por exemplo, em vez do poema certinho e rimado, frases de tamanhos diferentes, palavras esquisitas e até palavrões. O compositor russo Stravinski desprezava as regras de harmonia clássica e fazia músicas com dissonâncias e ritmos selvagens. Porque o importante era a liberdade de criar. tudo poderia ser tema de arte. O poeta russo Maiakóvski, por exemplo, fazia comparando-se a uma usina de aço. O francês Duchamp pegou um mictório masculino e exibiu-o num museu como peça de arte. Eric Satie compôs uma música em "forma de pêra".
Os modernistas adoravam chocar o público. diziam que era para "sacudir o gosto burguês". Por exemplo, numa galeria de arte colocaram mulheres nuas ao vivo sobre pedestais, apresentando-as como "esculturas". O cineasta espanhol Buñuel começou um filme com a célebre cena de um lindo olho feminino sendo rasgado por uma navalha.
A pintura do suíço Paul Klee é um resumo
da arte moderna: em vez de se preocupar
com a "fotografia" do rosto, o artista
se interessa pelas formas geométricas e pela cor.
Os artistas modernos não queriam imitar a fotografia. para eles, a pintura e a escultura não deveriam reproduzir a realidade fielmente, mas criar uma nova. uma realidade mais profunda e mais e mais bela e que pudesse revelar, de modo crítico, o mundo em que estavam vivendo. Por isso, buscavam novas maneiras de se expressar, novas linguagens. O escritor irlandês James Joyce inventava novas palavras para o inglês. Kafka escreveu Metamorfose, a história de um homem que de repente se viu transformado num imenso inseto repugnante (imagine que você seja a mesma pessoa, mas com o corpo de uma enorme barata. As pessoas vão continuar tratando você da mesma maneira? Esse é o tema do livro de Kafka). 
Artistas e escritores modernistas participavam das grandes transformações mentais da época. Os surrealistas, por exemplo, influenciados pela Psicanálise de Freud, queriam fazer uma poesia e uma pintura que revelassem os sonhos e o inconsciente. do mesmo modo que Einstein falava que o tempo objetivo é relativo, o escritor francês Proust e o alemão Thomas Mann expressavam a dimensão relativa do tempo subjetivo, ou seja, como o tempo mental (aquele que cada um sente "dentro de si") pode ser diferente do tempo real marcado.
Muitos artistas e escritores assumiram causas políticas, a maioria deles com grande simpatia pelos comunistas. o alemão Bertolt Brecht, o maior autor de teatro do século XX, escreveu e dirigia peças que visavam levar o espectador a tomar parte da realidade do modo crítico, assumindo uma posição ativa diante do mundo. Para ele, , como para tantos escritores e artistas do século XX, a arte teria um papel político fundamental, conscientizando as pessoas, ajudando a criar uma nova mentalidade, uma nova visão do mundo. era a arte engajada. 
Tudo isso era radical e inesperado. A maioria das pessoas ficou chocada e sem entender nada. "Arte moderna" chegou a ser sinônimo de coisa esquisita, feia, incompreensível e até engraçada. O grande público, assustado, rejeitava-a. Avaliavam injustamente, é claro. Na verdade, aprender a aceitar o que é desconhecido exige um árduo processo de auto-educação.

O que propunham os modernistas



  • A arte deve refletir as mudanças velozes da vida moderna;
  • A arte modernista procura novas linguagens. Rompe com as nações tradicionais de espaço e de tempo;
  • Tudo pode ser objeto de arte, inclusive o feio e o cotidiano;
  • A arte pode se engajar politicamente. Conscientiza as pessoas, participa da transformação da sociedade;
  • Liberdade total para a criação da arte;
  • Eliminar todas as convenções tradicionais de arte;
  • A arte deve chocar a consciência burguesa para sacudir a mediocridade das pessoas;
  • A arte não imita a natureza. ela cria uma outra realidade e, ao mesmo tempo, estimula a pensar criticamente a realidade em que vivemos;
  • A arte deve ser revolucionária. Ela não é "bem-comportada".

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